terça-feira, 20 de setembro de 2011
Prefeitura de Atibaia entrega certificados a alunos do curso de fuxico
O Fuxico caiu no gosto popular. A técnica, criada por escravos no século XVIII, venceu o preconceito e chegou, recentemente, às passarelas. Grandes estilistas brasileiros já adeririam aos retalhos e sobras de tecido franzidos em figuras geométricas. “O fuxico possui várias aplicações: pode ser usado em roupas, na decoração de casas, em bonecas”, diz o professor Carlos Moreno, da secretaria de Cultura e Eventos.
Em Atibaia, a técnica é ensinada em cursos de capacitação oferecidos pela Prefeitura. Na semana passada, 60 pessoas concluíram as atividades e receberam certificado. Nas aulas, gratuitas, é possível aprender a origem do fuxico e como fazer este tipo de artesanato. De acordo com o professor Carlos Moreno, para ser considerado fuxico, o retalho deve ser franzido e aplicado em algum objeto. “Se não for utilizado em alguma coisa, seja em uma roupa, um pano de prato ou em qualquer outro utensílio, o retalho é considerado, apenas, uma forma geométrica franzida”, disse.
Ainda nas aulas, o aluno aprende a origem histórica deste tipo de artesanato, além de formas de obter renda a partir deste trabalho manual. “Após concluído o curso, o aluno poderá ter uma opção de complementar a renda familiar, ou até mesmo encontrar no fuxico uma nova forma de terapia, ao produzir seus próprios trabalhos”, considera o professor.
É o caso da funcionária pública Simone Diniz que vê no artesanato uma oportunidade de quebrar um pouco o estresse da vida profissional. “No Fórum, trabalho com as execuções penais. É uma área difícil. O fuxico é, sim, para mim, uma grande terapia. Quando estou em casa, consigo relaxar e desenvolver meu lado criativo”, explica
urante as aulas que acontecem semanalmente em encontros de duas horas, Simone fez suas próprias bonecas e chegou, inclusive, a desenvolver um quadro de fuxico. “Tudo o que fiz já vendi”, disse.
O mercado, explica o professor Carlos Moreno, é bastante receptivo ao fuxico. Para ele, a tendência de customização de roupas. “O fuxico pode ser aplicado em várias situações: suportes de panos de prato, roupas, artigos de decoração, entre outros. Tudo depende da criatividade de quem faz”, conta. “No curso, nós ensinamos também cálculo de custos e preços. Desta forma, os alunos aprendem como calcular o preço certo dos produtos feitos a partir do fuxico”, diz o professor.
secretário de Cultura e Eventos, Édson Beleza, explica que as aulas de artesanato, entre elas as de fuxico, integram o núcleo de atividades do Museu Municipal “João Batista Conti”. Com estas atividades, a Prefeitura pretende dar mais dinamismo ao museu. “As oficinas de bonecões, de grafite e o espaço undergrude fazem parte desta proposta”, disse.
As aulas de Fuxico acontecem em espaço ao lado do Cine Itá, em cima do espaço Undergrude.
Novos cursos
Em outubro começam as aulas de um novo tipo de Fuxico: os natalinos. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no Museu Municipal. “Nestas atividades os alunos aprendem como aplicar o fuxico em guirlandas e em qualquer material natalino”, diz Moreno.
Fonte: www.atibaia.com.br